Sabe, parte de mim nunca acreditou muito no amor. Sempre pareceu algo muito tolo, algo para se contar as crianças, algo para fazer com que elas tivessem algo com o que sonhar. Amor. O que é isso afinal? Bem, minha teoria sempre foi de que o amor é apenas uma invenção. Criado para nós não nos sentirmos tão sozinhos no universo. Para que nós, assim como as crianças, tenhamos algo para acreditar. Algo que nos dê força nos momentos difíceis.
Mas então, o que é isso que eu sinto? Essa dorzinha fraca? Esses momentos de felicidade? Essa tristeza? Essa saudade? Será fome? Será algo criado pelo meu cérebro? Eu tento buscar uma explicação, mas não adianta. Todos dizem que é paixonite. Que vai passar, e que eu sou jovem demais para entender o amor. Mas afinal, quem entende? Qual professor sabe tudo sobre isso? Qual velho, adulto ou criança sabe explicar?
Nem eu mesma, que sinto (se é que sinto), sei. Mas eu sei bem como definir o amor. Ele não é só um mar de rosas não. Aliás, ele causa mais dor do que qualquer outro sentimento. Tem vezes que parece que você tomou muito energético, e fica todo feliz e animado. Em outras, é como quando nos injetam morfina, e não conseguimos nem mesmo pensar direito, tudo parece bem lento e distante. Em algumas, é como quando nos afogamos, quando estamos tão aflitos que não se pode respirar. Até tem vezes que é como gelo. Mas em todas, é como se fôssemos atropelados por esses sentimentos. Como se eles pudessem adquirir a forma de um trem, e simplesmente passar por cima da gente.
Mas afinal, quem sou eu para entender do amor? E quem é você para entender do amor? Quem somos todos nós afinal? Esse sentimento é maior que todos nós. Todos somos completamente atropelados por ele. Talvez sejamos seres muito pouco desenvolvidos para entendê-lo. Talvez ninguém nunca entenda.
